Agora

Confusão na cultura

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O tempo fechou no meio cultural de São Paulo. Na segunda (29), o secretário municipal da área, André Sturm, disse que iria “quebrar a cara” de um jovem que reivindica­va verbas. O bate-boca foi gravado e colocado nas redes sociais. Sturm pediu desculpas, mas o rebuliço já estava armado.

Na quarta (31), manifestan­tes ocuparam a Secretaria Municipal da Cultura e pediram a saída do secretário. Cerca de 30 horas depois, eles abandonara­m o prédio. O clima, porém, continua tenso.

Tudo começou durante a reunião do secretário com o militante Gustavo Soares, que faz parte de um movimento do bairro Ermelino Matarazzo (zona leste).

O grupo ocupou um prédio da prefeitura regional do bairro que estava abandonado. Passou a fazer ali shows e cursos.

Fez um acordo de seis meses com a gestão de Fernando Haddad (PT) e recebeu R$ 100 mil para bancar as atividades.

O acordo terminou e, desde então, o movimento e a gestão João Doria (PSDB) seguem nessa peleja sem solução.

Strum propôs o seguinte: eles iriam formalizar a parceria e o grupo passaria a prestar contas de suas atividades. Depois disso, discutiria­m ajuda financeira. Mas Soares não quis assinar nada sem resolver primeiro a questão da grana. Discutiram bastante e não chegaram a lugar nenhum.

Sturm, é claro, errou feio. Um gestor público não pode ameaçar um cidadão.

Mas o grupo cultural também precisa ser mais ponderado. Dinheiro público é coisa séria, deve ser distribuíd­o com muita responsabi­lidade.

Invadir prédio público, como fizeram os manifestan­tes, é um ato de violência.

Com um pouco mais de bom senso de todos os lados, é possível encontrar a melhor solução para a cidade.

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