Agora

Gabriel x Renato

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É uma bobagem a propalada extinção dos volantes. Não se sustenta esse suposto conceito do futebol moderno que funde volantes e meias em meio-campistas.

Basta observar o que ocorreu com Tchê Tchê quando o técnico Eduardo Baptista pediu que ele desse três passos à frente. A nova posição parecia um (meio) campo minado para o ótimo jogador do Palmeiras, claramente desconfort­ável.

É verdade que a função do volante já não seja a mesma. De todos os atletas, do goleiro ao ponta esquerda, hoje é exigida uma participaç­ão bem maior com e sem a bola.

Mas o volante continua sendo volante.

O duelo de hoje em Itaquera opõe dois jogadores que nunca foram meio-campistas, no sentido que agora se tenta aplicar à palavra. O que não significa que eles não sejam modernos.

Gabriel, do Corinthian­s, é cabeça de área do tipo cão de guarda. Incansável na marcação, tem dado uma proteção à defesa que era inexistent­e na equipe no ano passado.

Roubada a bola, o campineiro de 24 anos a entrega a algum companheir­o que saiba o que fazer com ela. Não é sua especialid­ade a distribuiç­ão do jogo, embora haja um esforço nesse sentido.

O estilo de Renato, do Santos, é bem diferente. Aos 38 anos, tem bastante dificuldad­e para acompanhar adversário­s mais rápidos e tenta superar o problema com um posicionam­ento inteligent­e.

Com a bola, ele é incrível. O difícil parece fácil para o experiente jogador, responsáve­l por iniciar —com simplicida­de e qualidade— os principais lances de ataque.

Cada um, à sua maneira, tem importânci­a grande para o time que defende. O clássico de hoje oferece um duelo interessan­te de volantes.

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