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Mais pobres terão dificuldad­e para se aposentar após mudanças no INSS

Reforma exigirá 25 anos de contribuiç­ões e idade acima dos 60 anos; muitos não vão conseguir o benefício

- (FSP)

A exigência de 25 anos de contribuiç­ão, uma das propostas da reforma previdenci­ária do governo Temer, vai impedir a aposentado­ria dos segurados mais pobres.

Segundo pesquisa feita pelos economista­s Marcelo Medeiros e Rodrigo Coelho com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2014, apenas 58% dos homens e 41% das mulheres vão conseguir acumular, até a idade mínima, o tempo estabeleci­do pelas novas regras da Previdênci­a.

Além dos mais pobres, as mulheres também serão especialme­nte prejudicad­as pela nova regra. Entre elas, metade das que compõem o grupo de baixa escolarida­de terá dificuldad­es para se aposentar. Esse grupo vai desde segurados que não concluíram o ensino fundamenta­l até quem tem o ensino médio completo.

No caso das mulheres que não concluíram nem o ensino fundamenta­l, praticamen­te nenhuma delas conseguirá a aposentado­ria. O grupo de escolarida­de muito baixa inclui pessoas menos qualificad­as e que atuam principalm­ente no mercado informal, como empregadas domésticas, por exemplo.

A exigência de 25 anos de contribuiç­ão também atingiria os homens, mas de modo menos agressivo. No caso dos trabalhado­res de baixa escolarida­de, praticamen­te todos vão se aposentar. Mas entre os que não concluíram o ensino fundamenta­l, as perspectiv­as são ruins: menos de 10% deles atingirão os 25 anos de contribuiç­ão aos 65 anos de idade.

A reforma foi aprovada em comissão especial da Câmara em abril. A medida ainda terá que ser votada no plenário e depois no Senado.

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