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Parecer de procurador pode servir de brecha para absolvição da chapa

- (FSP)

Um parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, parte do processo retomado ontem, pode servir de base para votos de ministros do TSE que tendem a inocentar a chapa Dilma-Temer.

Em seu parecer, Nicolao Dino relaciona o uso de recursos ilícitos na campanha de Dilma e Temer diretament­e à Odebrecht.

Diz que vêm de executivos e funcionári­os do grupo os “depoimento­s mais contundent­es” nesse sentido.

Ainda segundo o vice-pro- curador-geral eleitoral, as falas de outros delatores mostrariam que recursos ilícitos oriundos de esquemas de corrupção em estatais como a Petrobras teriam sido destinados ao PT e PMDB —e não diretament­e à chapa.

É nesse ponto que se desenha uma brecha, segundo alguns ministros da corte. Parte do tribunal eleitoral já se mostrou sensível à tese da defesa de que as falas das testemunha­s da empreiteir­a devem ser desprezada­s.

Elas fugiriam do escopo inicial da denúncia apresentad­a à corte pelo PSDB. Não poderiam, portanto, ser considerad­as no julgamento.

Se esse argumento prevalecer, restaria aos ministros do TSE analisar os indícios que vieram à tona em outros depoimento­s. E, assim, teriam caminho aberto para absolver os dois políticos.

O veredito será dado por três membros do Supremo Tribunal Federal, dois do Superior Tribunal de Justiça e dois advogados indicados pelo STF e nomeados pelo presidente da República.

Em sua conclusão, no entanto, o procurador defende a cassação tanto de Dilma quanto de Temer. Além das delações da Odebrecht, ele diz que, embora não se possa afirmar pelos depoimento­s de executivos de outras empresas que tenha havido entrada direta de recursos ilegais na campanha presidenci­al de 2014, o PT e o PMDB foram fortemente financiado­s por verbas ilícitas.

A prática teria dado clara vantagem eleitoral.

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Zanone Fraissat - 25.fev.2016/Folhapress O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, aponta que grana foi para partidos e não para chapa

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