Agora

Temer não rresponde às 82 perguntas da Polícia Federal

Presidente escreveu carta de 14 páginas se dizendo alvo de ‘abusos e agressões’; prazo acabou ontem

- (FSP)

O presidente Michel Temer não respondeu as 82 perguntas formuladas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que o investiga e afirmou, em documento de 14 páginas, que está sendo alvo de “um rol de abusos e agressões” que atingem seus direitos individuai­s.

Segundo sua defesa, “há perguntas verdadeira­mente invasivas e, portanto, inoportuna­s, que procuram simplesmen­te entrar na vida pessoal do presidente afrontando sua intimidade.”

O advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, pediu ainda o arquivamen­to do inquérito. O presidente é investigad­o sob suspeita de corrupção passiva, obstrução da Justiça e participaç­ão em organizaçã­o criminosa. O prazo para o envio das respostas terminou às 17h de ontem. O ministro Edson Fachin, do STF (Supre- mo Tribunal Federal), havia autorizado a PF a tomar depoimento por escrito.

Temer pediu a Fachin para suspender a formulação das perguntas até a conclusão da perícia oficial em um áudio gravado pelo dono da JBS Joesley Batista, que deu início às investigaç­ões. O ministro do Supremo negou o pedido para adiar o depoimento, mas destacou que o presidente tinha o direito de não responder as perguntas.

No documento entregue ao STF nesta sexta, a defesa de Temer afirma que, entre as 82 perguntas, houve “indagações de natureza pessoal e opinativa”, que partiram de hipóteses e suposições, que são sobre relacionam­entos entre terceiros ou que não dizem respeito ao exercício do atual mandato.

O advogado de Temer voltou a questionar a legalidade da gravação feita por Joesley e seu uso como prova judicial. Criticou a celeridade dada ao inquérito e insinuou que a condução do caso pode estar contaminad­a por objetivos “não expressos, ligados ao poder”.

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