Agora

O verdadeiro Cucabol

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Cuca adora iniciar e controlar pequenos incêndios. Está claro que o treinador do Palmeiras não é adepto de ambientes de trabalho tranquilos, o que não é necessaria­mente um problema.

Há produtivid­ade no caos, e o homem da calça vinho faz questão de cultivá-lo. Foi o que ele fez na temporada passada, que rendeu um título brasileiro ao time e várias rusgas registrada­s no caminho até a taça.

O técnico chegou a deixar Dudu no banco, decisão que tinha potencial explosivo. Em vez de se alastrar, o fogo acendeu o atacante, que voltou à equipe —com a faixa de capitão— para ser um dos destaques da conquista.

Agora, embora o apreço pelo futebol do jogador seja bem menor, a história se repete com Felipe Melo. Ao sacá-lo, na semana passada, Cuca tinha como alternativ­a apresentar uma justifica- tiva que geraria poucos questionam­entos: o volante está suspenso dos próximos quatro jogos da Taça Libertador­es, e é necessário fazer os ajustes para a competição que é a clara prioridade no ano.

Não. O treinador preferiu bradar que o dinheiro investido não escala ninguém, em recado a ser ouvido também por Borja e pela patrocinad­ora que pagou por sua chegada.

Em 2016, o mesmo foi feito com outro presente da Crefisa, Barrios, um dos muitos que se desentende­ram com Cuca. Houve até troca de agressões com Rafael Marques. E atritos frequentes com o presidente Paulo Nobre.

Eis o verdadeiro Cucabol, nome geralmente relacionad­o à estratégia de colocar bolas na área. Mais do que do chuveirinh­o, o treinador gosta de alimentar as chamas no time e no clube. Só tem que tomar cuidado para não se queimar.

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