Hospital do Servidor Municipal tem corredor cheio de maaccaass
Pacientes chegam a ficar uma semana à espera de quarto para internação no setor de emergência
O setor de emergências do Hospital do Servidor Público Municipal, na Aclimação (região central), sob a gestão de João Doria (PSDB), está superlotado, com pacientes internados em macas espalhadas pelo corredor, com as mais variadas doenças.
O Agora constatou ontem que, no corredor das emergências, há quem esteja internado há mais de uma semana à espera de um quarto. Se a recepção do pronto-socorro do hospital já está lotada, a situação não é diferente no corredor do setor de emergências. Ontem, havia 12 pacientes em macas. O hospital atende t anto servidores quanto pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
Na hora do almoço, funcionários do hospital distribuem a comida entre pacientes, que se alimentam sem qualquer apoio, sentados sobre as macas. “Tenho HIV, perdi tudo e a minha família mora em Piracicaba (160 km de SP). Estou aqui esperando”, afirmou um dos pacientes, de 38 anos, que estava no local.
Sem tomadas no corredor, que deveria servir apenas como ponto de passagem, o banheiro virou um ponto improvisado de recarga da bateria do celular para quem ainda quer manter contato com o restante da família.
Um dos 12 pacientes sobre macas chegou ao hospital anteontem pela manhã e aguardava, ao menos até o horário do almoço de ontem, um quarto para ser internado. “É uma situação difícil, porque você fica exposto, tem que tomar banho no meio de outras pessoas que você não conhece”, disse.
Na semana passada, o empresário Marcos Lopes, 32 anos, só conseguiu um quarto para a mulher depois de três dias. Entre o domingo e a terça-feira, ela ficou no corredor do hospital, em meio a outros pacientes. “A gente teve de fazer barulho, correr atrás da Ouvidoria e, só depois, eles transferiram a minha mulher para o quarto”, afirmou.
Segundo ele, foi muito desconfortável permanecer no corredor como acompanhante. “Fiquei em pé, ao lado da maca, ou sentado na escadinha. À noite, a gente se via obrigado a pegar as cadeiras dos consultórios para sentar”, disse. “A medicação é dada no corredor.”