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Maia cogita suspender o recesso para votar denúncia

- (FSP)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu ontem a possibilid­ade de suspender o recesso parlamenta­r, que começa no dia 18 de julho, para que a Casa vote a denúncia que a Procurador­ia-Geral da República deve apresentar contra o presidente Michel Temer. Para Maia, “o papel da Câmara é começar e encerrar o assunto”.

“Se acontecer a denúncia, a sociedade não vai entender que a Câmara pare até ter- minar este processo. Porque, enquanto tiver este processo na Câmara, esta vai ser a agenda prioritári­a da Câmara, e deve ser mesmo”, afirmou Maia à reportagem antes de se reunir com Temer no Palácio no Jaburu.

Existem duas maneiras de se suspender o recesso parlamenta­r. A primeira, considerad­a mais fácil por técnicos do Palácio do Planalto, é protelar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentár­ias. Os parlamenta­res não podem sair de férias sem aprová-la. A tramitação do texto está atrasada e deve se prolongar para além de 18 de julho.

Além disso, Câmara e Senado podem aprovar por maioria simples uma convocação extraordin­ária.

Aliados de Temer no PMDB e no “centrão”, grupo de partidos médios, desaprovam a ideia. Dizem que a base já sofreu muito desgaste e que seria difícil explicar às suas bases que continuari­am em Brasília para ajudar um presidente investigad­o.

Há expectativ­a de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente a denúncia na semana que vem. No entanto, não há um prazo determinad­o.

Para eventual suspensão, Maia precisará do apoio do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que não defende a medida. “Não sabemos se haverá denúncia. Em princípio, o recesso está mantido”, disse Oliveira à reportagem.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); maioria simples pode autorizar suspensão de férias

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