Cresce o número de invasões nas margens das represas
Nos últimos 4 anos, houve pelo menos 75 áreas ocupadas às margens da Billings e da Guarapiranga
Ao menos 75 invasões em áreas ambientais ocorreram nos últimos quatro anos às margens das represas Billings e Guarapiranga, mananciais localizados na zona sul da cidade e fundamentais para o abastecimento da região metropolitana da capital.
O resultado disso, motivado pela pressão por moradia popular, é o impacto nas matas e na qualidade da água, segundo relatórios oficiais obtidos pela reportagem e levantamentos feitos por entidades ambientalistas que atuam no mapeamento de áreas sensíveis dessa região da cidade.
Por volta de 5,6 milhões de pessoas bebem água das duas represas. Não há medições sobre as áreas destruídas. Segundo a lei, as áreas de mananciais não podem ser ocupadas por ninguém.
A presença de quase 10 mil pessoas, segundo estimativas, nestas ocupações ilegais, lança esgoto nas águas que, depois de tratadas, saem pelas torneiras. Em sua maioria, essas ocupações não são coordenadas por nenhum grupo social organizado. As famílias chegam aos poucos, ocupam as áreas verdes e logo um novo bairro aparece.
Sobrevoos pela área revelam espaços desmatados. O avanço das moradias ocorre nos mananciais e em outros locais de preservação ambiental, como a APA ColôniaBororé, com mata atlântica exuberante no extremo sul. A pressão afeta principalmente áreas das prefeituras regionais de Capela do Socorro, Cidade Ademar e Parelheiros.
“Várias são áreas consolidadas. Algumas, inclusive, com casas de alvenaria e com mais de 100 m2“, afirma Wesley Rosa, do movimento pela defesa do Parque dos Búfalos, na zona sul.