Viciado segue regras no prédio da abstinência
Localizada em um prédio na rua Helvétia, em Campos Elíseos (região central), uma residência monitorada recebe dependentes de droga em tratamento pelo programa Recomeço, do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
A qualquer momento, alguém pode aparecer no local e exigir um teste de urina do morador para detectar eventual uso de drogas. Para viver ali, o residente tem que assinar um contrato com compromissos como não traficar, não praticar violência, não portar armas.
A ideia é que fiquem ali pessoas que, no mínimo, tenham a abstinência como meta (fazem testes-surpresa semanais) e que precisem de acompanhamento mais próximo por ter quadro de saúde de gravidade média a alta, explica o psiquiatra Cláu- dio Jerônimo da Silva, que dirige o serviço. Kauê Gonçalves, 31 ano, se internou no local no início do ano por causa das duas filhas. “Com 18 anos, tomei o primeiro porre. Com 25, fumei a primeira pedra”, diz.
Após 11 meses, um balanço inédito mostra que, dos 69 residentes que estão ou passaram por lá, 51% per- manecem ali ou foram reinseridos socialmente, ou seja, moram em outro lugar e se sustentam por si; os outros 49% não seguiram até o fim.
Já houve casos também de recaída, em que o morador abandonou o local com seus pertences dentro. Com 36 vagas, a moradia é uma ilha de abstinência no meio da cracolândia.