Agora

Sertanejos invadem São João no Nordeste

- (FSP)

A “invasão” de ritmos sem familiarid­ade com os festejos juninos do Nordeste, incluindo o sertanejo universitá­rio, vem mudando a cara do São João da região. O que por décadas foi celebração das tradições da zona rural, aos poucos está se tornando um festival de ritmos variados.

A ameaça ao “São João raiz” provocou a reação de artistas, produtores e admiradore­s da cultura que ganhou o mundo a partir do trabalho de Luiz Gonzaga (1912-1989). Com a hashtag #DevolvaMeu­SãoJoão, eles pedem, nas redes sociais, que xaxado e baião voltem a ser destaque. “A realidade é que estão silenciand­o os artistas e aos poucos acabando com a cultura do Nordeste”, diz Chambinho do Acordeon, que em 2016 deu vida a um sanfoneiro em “Velho Chico”, da Globo. O personagem se deparava com a falta de oportunida­des nas festas.

O cantor J. Sobrinho sentiu na pele a perda de espaço. Em 2016, depois de 23 anos de carreira, pela primeira vez não tocou sanfona na noite de São João de Feira de Santana (BA). “Fiz uma fogueira e fiquei em casa”, conta.

Atração principal da noite de São João em Campina Grande (PB), Marília Mendonça rebateu: “Vai ter sertanejo no São João, sim”. A declaração dada durante um evento privado no Recife gerou embate com forrozeiro­s.

O São João se tornou ponto alto da economia das cidades do Nordeste. De maior ou menor porte, acontecem em quase todos municípios.

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Bruno Santos/Folhapress A festa de São João em Campina Grande (PB); a cantora sertaneja Marília Mendonça criou polêmica com forrozeiro­s ao defender a presença do sertanejo

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