Presidente decide processar Joesley Batista por entrevista
À revista “Época”, Joesley afirmou que Michel Temer lidera uma organização criminosa no país
O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu processar Joesley Batista, sócio do grupo J&F, após o empresário afirmar, em entrevista à revista “Época”, que o peemedebista lidera a “maior organização criminosa do país”.
Temer divulgou nota para dizer que entrará hoje com ações civil e penal contra o empresário. “Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação”, diz o texto enviado à imprensa.
Na nota, o presidente acusa Joesley de “desfiar mentiras em série”, proteger “estrategicamente” o PT e critica o que chama de impunidade conferida ao empresário, referência à delação assinada com a PGR (Procuradoria-Ge- ral da República).
À “Época”, Joesley afirmou que o ex-presidente Lula “institucionalizou” a corrupção no país, mas que nunca teve uma conversa “não republicana” com o petista.
Segundo a nota enviada pela equipe de Temer, porém, a relação da JBS com o governo começou na gestão petista, na qual estavam “os verdadeiros contatos do submundo” do empresário e “as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o acompanhavam”.
“Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pe- las quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais sócios.”
Na entrevista que deu à revista, Joesley afirma que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) era o “mensageiro” responsável por informar o presidente Temer sobre pagamentos feitos pelo empresário ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde o ano passado em Curitiba (PR).
Um dos principais auxiliares de Temer, o ministro Moreira Franco nega irregularidades e diz que as declarações do empresário são uma “suspeição afrontosa”.