Roncar à noite é apenas um dos transtornos da apneia do ssoonnoo
Se não for tratado, distúrbio piora a qualidade de vida e pode acarretar doenças do coração
Na semana passada, foram divulgados os laudos sobre a causa da morte da atriz norte-americana Carrie Fisher, a eterna princesa Leia da saga “Guerra nas Estrelas”. A causa relatada foi uma apneia do sono, acarretada por outros fatores, como doenças cardíacas e uso de drogas.
Esse diagnóstico mostra que a apneia não é apenas o incômodo do ronco. É um distúrbio que precisa ser levado a sério. “Apneia é uma parada respiratória temporária. A obstrutiva está relacionada a alguma falha da chegada do ar aos pulmões. Já a central ocorre quando a pessoa tem algum distúrbio neurológico”, diz Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês. “No caso dela [Carrie Fisher], houve uma parada respiratória, o coração parou de funcionar. Mas alguns quadros mais graves de apneia acabam levando a doenças graves, como infarto, AVC, hipertensão.”
A apneia obstrutiva é mais comum. A central, por sua vez, está relacionada a problemas neurológicos. “Ela ocorre quando o cérebro para de mandar os sinais aos músculos respiratórios”, diz o neurologista Fabio Porto, do Hospital das Clínicas.
São vários os fatores que podem acarretar uma apneia obstrutiva, mas grande parte deles está relacionada à qualidade de vida. “Uma pessoa que é obesa tem uma tendência maior a roncar. Estressada, com noites mal dormidas, tende a roncar mais. Bebida alcoólica também contribui para o ronco”, diz Nakandakari.
O tratamento ideal para a apneia, além de uma melhor adequação aos hábitos saudáveis, é o uso do CPAP, que é uma sigla em inglês para uma máscara que auxilia a respiração durante o sono.
“Tanto para a central quanto para a obstrutiva, o tratamento é feito com o CPAP. Dependendo do caso da obstrutiva, é necessário um tratamento neurológico”, diz Porto.