Testemunha diz que sofreu pressão da Rota
Testemunha da morte de um rapaz de 19 anos durante uma ação policial na favela do Moinho realizada anteontem, a dona de casa Lucimar Oliveira Santana, 30 anos, diz ter se sentido pressionada por oficiais.
Leandro de Souza Santos foi morto a tiros após correr de agentes da Rota (grupo de elite da polícia) na favela do Moinho, em Campos Elíseos, região central de SP. A PM diz que ele atirou contra os policiais e estes revidaram.
Já moradores afirmam que o jovem não tinha arma, mas era usuário de drogas e correu para dentro do barraco de Lucimar. Ali, teria sido agredido e assassinado.
Ela conta que se preparava para levar as filhas à escola quando Leandro entrou correndo em sua casa. Em seguida, apareceram homens fardados, que a impediram de se aproximar.
Lucimar diz que o som da casa estava ligado e foi elevado para o volume máximo após a entrada dos policiais. “Não ouvi e nem vi mais nada. Fiquei do lado de fora.” O relato é o mesmo que consta no boletim de ocorrência.
“[Eu] dizia que não tinha visto arma nenhuma e que não sabia nada da vida dele, só o via pela vizinhança, mas eles insistiram”, afirma. “Me senti pressionada.”
Ela relata que, espremida entre dois oficiais no banco de trás da viatura, foi levada da favela por volta das 11h. Lucimar só voltou para casa seis horas depois, às 17h, após ser interrogada no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e no batalhão da Rota. Passou ainda por duas delegacias, mas não desceu do carro.
Um dos oficiais que perseguiram o jovem, o sargento da Rota Pierre Alexandre de Moraes responde por homicídio em outro caso.