Renan diz que presidente tem ‘postura covarde’
O senador Renan Calheiros deixou ontem a liderança do PMDB no Senado afirmando que não tolera o que classificou de “postura covarde” do presidente Michel Temer.
“Não detesto Michel Temer. Não é verdade o que dizem. O que eu não tolero é sua postura covarde diante do desmonte da consolidação do trabalho”, disse, ao se referir à reforma trabalhista que está no Senado.
A decisão de Renan foi to- mada na manhã de ontem depois de conversas com parlamentares do partido.
Ao anunciar a renúncia ao cargo, o senador disse que estava “se libertando de uma âncora pesada e injusta”.
“Convencido de que o problema do governo é o líder do PMDB, me afasto da liderança para expressar meu pensamento e exercer minha função com total independência”, disse o Renan, que deve manter independência em relação ao governo.
Ele acusou o Palácio do Planalto de “perseguir” os parlamentares que não “rezam a cartilha do governo” e disse não ter vocação para ser “marionete”.
Em discurso de cerca de 15 minutos, o senador voltou a falar que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continua influenciando o governo.
Disse ainda que há indícios de que Cunha, inclusive, re- cebeu dinheiro, endossando indiretamente as acusações feitas pelo grupo JBS de que Temer teria comprado o silêncio do ex-deputado.
Renan chegou a sugerir que Temer deixe ao Planalto.
O senador relatou também ter “perdido o ambiente” para se manter na liderança do partido, relatou que vivia “mal estar diário”.
A definição sobre o novo líder do PMDB só deve sair na próxima terça-feira.