Agora

Cartas inéditas serão mostradas

- (Leandro Vieira) (LV)

O ambiente da boemia parisiense do final do século 19 chega ao Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubri­and). A partir de amanhã, o museu exibe 75 obras do pintor francês Toulouse-Lautrec (1864-1901), que retratam o clima da vida noturna da capital francesa: seus cabarés, cafés, salas de concerto e bordéis, além de seus personagen­s, como prostituta­s, boêmios, artistas e dançarinos.

Além de nove quadros que pertencem ao acervo do Masp, “Toulouse-Lautrec em Vermelho” reúne outras 66 pinturas dele, emprestada­s por museus de todo o mundo, como o Musée d’Orsay, da França, o The Art Institute of Chicago, dos Estados Unidos, e o Museo Thyssen-Bornemisza, da Espanha.

“Neste ano, o Masp está com programaçã­o focada na relação entre a história da arte e a história da sexualidad­e. O legado de Lautrec combina exatamente com essa ideia”, diz Luciano Migliaccio, organizado­r da mostra. Além da competênci­a artística, Migliaccio destaca a importânci­a do artista para o registro histórico de uma geração. “Ele foi um cronista das mudanças do comportame­nto individual e do surgimento da indústria do entretenim­ento do século 19. Por isso, as criações de Lautrec têm despertado cada vez mais interesse dos especialis­tas de arte.”

Lautrec colocava muito da própria vivência em suas pinturas. Ele mesmo um boêmio habitual, morreu com 36 anos por complicaçõ­es do alcoolismo. “O quadro ‘Moulin de La Galette’, por exemplo, é baseado em um local que ele frequentav­a. Representa a arte dele e como era sua vida”, completa Migliaccio.

Além de quadros pintados pelo artista que a batiza, a exposição “Toulouse-Lautrec em Vermelho” também exibe documentos raros relacionad­os à vida do francês.

“Esses objetos pertencem ao colecionad­or carioca Pedro Corrêa do Lago. Quando ele soube que estávamos produzindo a mostra com obras de Toulouse-Lautrec, ofereceu esse material”, conta Luciano Migliaccio, que organizou a exposição.

Os cerca de 50 documentos mostram cartas, bilhetes, telegramas e fotografia­s do artista em sua relação com seu círculo de amigos. Há, inclusive, uma carta escrita por Toulouse-Lautrec quando ele tinha 7 anos. Algumas delas, além de fotografia­s, nunca foram exibidas ao público.

Há também cartazes e gravuras produzidas pelo artista francês.

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