Relator da Lava Jato manda soltar aliado de Temer
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determinou ontem que o exdeputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures seja solto e passe a usar tornozeleira eletrônica.
Denunciado ao lado de Michel Temer sob a acusação de corrupção passiva, Loures foi filmado recebendo uma mala contendo R$ 500 mil de propina da JBS, além de promessa de R$ 38 milhões em vantagem indevida.
A Procuradoria-Geral da República afirma que o real destinatário do dinheiro é Temer, que nega a acusação.
Apesar das declarações públicas do presidente da República de que não teme uma delação premiada de seu ex-assessor, auxiliares têm grande preocupação.
Fachin apresentou basicamente três argumentos para embasar sua decisão: que Rocha Loures deve ter o mes- mo tratamento dado a outros investigados, que as medidas cautelares determinadas são suficientes para eliminar o risco à reiteração criminosa e que a denúncia contra ele está esperando resposta da Câmara dos Deputados.
Como a Câmara ainda vai apreciar, diz Fachin, Loures não deve ter a liberdade privada por tanto tempo.
Preso desde 3 de junho, Rocha Loures terá que cumprir medidas alternativas.
Ele deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno entre 20h e 6h e aos sábados, domingos e feriados, quando usará tornozeleira eletrônica. E também está proibido de manter contato com qualquer investigado, réu ou testemunha relacionadas à investigação.
Além disso, Loures não pode sair do país e deve entregar o passaporte, além de ter que se apresentar quando requisitado.