Agora

Jamais serão

- É jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

Big Bang. Química, física, biologia, a vida é composta de energia. Positiva e negativa. Luz, buraco negro. Preto no branco, a vida também é feita de Corinthian­s, de literatura, de arte. Graças a Deus. Futebol, a melhor criação do homem, não é ciência exata. São sensações humanas. É dor, é amor, é sentimento que ata, desata. Dá razão à vida, tortura, mata. Há quem não acredite em Deus. Quem não enxergue a explosão de emoção que abalou o mundo. Mesmo com tudo registrado ao vivo, em HD. E, ainda assim, cinco anos depois, muita gente não crê no que viu. E viveu. A zica acabou, morreu. Ah, que bobos! Diferente do bando de loucos. Que sempre acreditou. Nada se compara. Não para, não para, não para. Tudo é tão diferente que o que nunca aconteceri­a tinha hora, local e horário marcados: 4 de julho de 2012, Pacaembu. Noite, açoite. Espera angustiant­e, intermináv­el, torturante. Dia da independên­cia corinthian­a na América. Clímax para 30 milhões. Dia de festejar o fracasso do time do povo para o resto. Anticlímax. Anos e anos de “jamais serão” concentrad­os em 90 minutos. Senhor, tem- po senhor da razão. E a espera não foi em vão. No final, o bem venceu o mal com requintes de crueldade. É mau? Fez bonito, invicto! E não foram poucas vezes que a falange contrária celebrou antes da hora. Desde a estreia, na Venezuela, quando Ralf tirou o doce da boca de quem secava nos acréscimos. Ainda na fase de grupos, o discurso era de que o Corinthian­s cairia das alturas da Cidade do México contra o Cruz Azul. Nada, saravá, são Jorge, sinal da cruz. “Ah, moleque, o Timão não aguenta nem o Emelec...” Aguentou, Cássio se firmou. E tal e coisa. Nas quartas, contra o Vasco, não deu para o Diego Souza... E o que teve de gente que comemorou dez segundos antes da hora não está na história. “Não faz mal, a sorte acaba na semifinal...” Dizia-se que não dava para ganhar na Vila. Nem para parar Neymar. Não combinaram com Emerson em Santos. No Pacaembu, Zidanilo levou a nação aos prantos. “Quem é Romarinho?” Quem tem boca fala o que quer. E aguenta calado a festa comandada por Sheik. Há cinco anos, a América era desbravada pelo povo e o seu time. Só quem é sabe o que é? Os outros? Jamais serão!

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