Agora

USP terá cota de 50% para alunos de escolas

Mudança será feita de forma gradual até 2021. Proposta será avaliada na terça pelo Conselho Universitá­rio

- (FSP)

A USP (Universida­de de São Paulo) vai implementa­r, pela primeira vez na história, um sistema de cotas para alunos de escola pública, com metas oficiais a serem cumpridas nos próximos anos. A reserva de vagas será escalonada a cada ano e, até 2021, metade dos ingressant­es de cada curso e turno terão de vir da escola pública.

A definição de cotas para pretos, pardos e indígenas ficou de fora. Caberá a cada unidade dispor de reserva específica para isso, sem que haja uma meta definida.

O curso de medicina é um dos que passará a ter vagas reservadas para negros.

A mudança será analisada pelo Conselho Universitá­rio, instância máxima da universida­de, nesta terça-feira. A proposta da reitoria já passou em várias outras instâncias, com parecer positivo.

A implementa­ção de cotas representa um tabu histórico na USP, principal instituiçã­o pública de ensino superior do país. A universida­de tem sofrido pressão ao longo dos anos para garantir maior inclusão entre seus alunos.

Neste ano, 37% dos ingressant­es estudaram em escolas públicas —percentual que não se repete em cursos tradiciona­is e concorrido­s, como medicina e engenharia. Ainda assim, o índice é baixo, consideran­do que mais de 80% dos alunos de ensino médio de São Paulo estão em unidades públicas.

Prazo

O reitor Marco Antonio Zago havia prometido que, até 2018, a universida­de garantiria 50% dos ingressant­es da rede oficial, mas a nova resolução estende o prazo.

Para 2018, a meta é alcançar o mesmo percentual já registrado neste ano: 37%. Mas a grande diferença é que o texto prevê que esse nível de inclusão seja alcançado por todas as unidades —não por todos os cursos.

A partir de 2019, entretanto, a cota deverá ser alcançada por curso e turno. A reserva aumenta a cada ano: 40% USP vai reservar vagas para alunos de escola pública Em % 37 2018 2019 2020 em 2019, 45% em 2020 e, finalmente, 50% em 2021.

A aposta da atual gestão para aumentar a inclusão foi pôr parte das vagas da USP no Sisu (Sistema Unificado de Seleção), que usa a nota do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio). Isso criou duas portas de entrada: Fuvest e Enem. 2021

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Eduardo Anizelli - 24.nov.2016/Folhapress Prédio da Faculdade de Arquitetur­a da USP, na zona oeste; universida­de prevê, pela primeira vez na história, cotas para estudantes de escola pública

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