Ex-repórter do SuperPop é presa por ligação com facção
Luana Don é acusada pela polícia de trabalhar como ‘pombo-correio’ do PCC. Ela é advogada
A advogada e ex-repórter do SuperPop, da RedeTV!, Luana de Almeida Domingos, 32 anos, conhecida como Luana Don, foi presa às 6h30 de ontem em uma casa de alto padrão em Ilhabela (198 km de SP), após ficar oito meses foragidas. Ela estava na residência da prima desde novembro, quando aconteceu a operação Ethos da Polícia Civil. Luana e mais 39 pessoas são suspeitas de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
A ex-repórter foi presa após a Polícia Civil do Rio de Janeiro ouvir em uma escuta telefônica um traficante de armas dizendo que Luana era sua vizinha. Como ela estava na lista dos mais procu- rados pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que até oferecia recompensa de R$ 50 mil por sua captura, os policiais avisaram as equipes da capital que em conjunto a prenderam.
De acordo com o delegado Oswaldo Nico Gonçalves, diretor do Decade (Departa- mento de Capturas e Delegacias Especializadas), um dos responsáveis pela prisão, Luana não resistiu à prisão e estava bastante abalada. Ela será transferida para um CDP (Centro de Detenção Provisória) hoje.
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, Luana Don é acusada de integrar uma rede com 39 advogados, sendo que 38 estão presos e um foragido, que trabalhavam para a facção criminosa como pombos correios, entregando recados e ordens de criminosos presos para outros em liberdade.
Além dos advogados, a operação também prendeu o ex-vice-presidente do Condep (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Luiz Carlos dos Santos. Segundo a investigação, ele recebia mesada de R$ 5 mil para atacar as autoridades policiais.
Condenação
A Justiça condenou, entre os dias 27 e 30 do mês passado, dez presos na operação. Entre eles, está Santos, que foi condenado a 16 anos de prisão. Os demais réus são advogados e vão cumprir pena de 8 a 15 anos de detenção.