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De volta ao Senado, Aécio admite ‘erro’, mas nega crime

Senador tucano fez primeiro discurso no plenário após retomar funções e atacou delator da JBS

- (UOL e FSP)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez ontem seu primeiro discurso no plenário do Senado desde que retomou as funções de seu mandato, na semana passada, após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello.

O tucano esteve afastado 46 dias por determinaç­ão do ministro Edson Fachin, após ser acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça nas delações da JBS.

Ao longo de seu discurso, de 21 minutos, Aécio voltou a se dizer inocente das acusações que pesam sobre ele em inquérito aberto no STF.

O senador criticou as gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, da JBS, onde aparece pedindo R$ 2 milhões, e chamou o executivo de “criminoso confesso”, dizendo ser vítima de uma “armadilha engendrada”.

“Não me furtarei de reiterar aqui aquilo que venho afirmando ao longo das últimas longas semanas. Não cometi crime algum, não aceitei recursos de origem ilícita, não ofereci ou prometi vantagens indevidas a quem quer que fosse e e tampouco atuei para obstruir a ação da justiça. Fui vítima de uma armadilha engendrada por um criminoso confesso cujas penas ultrapassa­riam de mais de 2 mil anos de prisão”, bradou o senador.

O tucano desferiu ataques a Joesley, a quem acusou de “falta de caráter”, mas evitou dirigir críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Aécio afirmou que “errou” por ter se deixado levar no que chamou de “trama ardilosa” e por permitir que seus familiares servissem de “massa de manobra”. E Também se desculpou “por usar um vocabulári­o que não me é comum”, acrescento­u.

Execrado por antecipaçã­o

Aécio também elogiou a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que autorizou seu retorno ao Senado, e que criticou colegas.

“Tentaram execrar-me junto à opinião pública. Fui vítima de julgamento­s apressados, inclusive nesta Casa”, disse o tucano.

O plenário estava praticamen­te vazio. Havia cerca de 10 senadores, a maioria do PSDB. A fala foi encerrada com um tímido aplauso de aliados e não foram autorizada­s falas no meio do discurso, evitando ataques da oposição.

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Renato Costa/Folhapress Aécio Neves (PSDB-MG) chega ao Senado na tarde de ontem após 46 dias de afastament­o; ministro do STF permitiu retorno do tucano, alvo de inquérito
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