Diretor tricolor se reúne com o treinador e deixa o acerto encaminhado Dorival vem aí
Clube e técnico veem “interesse mútuo” em acordo, que deve ser confirmado até o fim desta semana
O diretor de futebol do São Paulo, Vinícius Pinotti, viajou ontem a Florianópolis para conversar com Dorival Júnior. Ficou perto um acordo para o treinador assumir o comando tricolor na próxima semana.
O dirigente retornou à capital paulista satisfeito com o que ouviu. E repassou ao presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, as exigências feitas pelo ex-comandante do Santos.
Uma delas é a manutenção do elenco até o fim da temporada, já que as sucessivas vendas de jogadores atrapalharam Rogério Ceni, demitido do comando técnico na última segunda-feira.
“Conversamos sobre a possibilidade de trabalho. Ao que me parece, não haverá saídas de outros atletas”, disse Dorival, que mostrou a Pinotti entusiasmo com a chance de dirigir a agremiação do Morumbi.
Leco confirmou a conversa, embora tenha negado a finalização do acordo. Ele disse que há alternativas, mas fez elogios ao provável novo treinador do São Paulo.
“Por que o Dorival? Porque se trata de um treinador competente, de reconhecida seriedade. As referências que temos sobre ele são essas”, disse o presidente.
“É qualificado, certamen- te, para treinar uma equipe como o São Paulo. Assim como fez dirigindo o Santos, de forma vitoriosa, e outros clubes do futebol brasileiro”, acrescentou Leco.
A ideia do cartola é fechar os detalhes “nos próximos dias”. Citando um exame médico de sua mulher, Dorival disse que prefere assumir efetivamente o time na próxima segunda-feira. Assim, ele evitaria convenientemente uma visita à Vila Belmiro no domingo.
“Proteção a Ceni”
Após a reunião com Pinotti, na qual discutiu detalhes do acordo com Dorival, Leco concedeu entrevista e justificou a demissão de Rogério Ceni. Segundo ele, um dos motivos foi evitar a corrosão da imagem do ídolo.
“A saída se deu tão somente em razão de que o projeto desenvolvido sofreu percalços”, afirmou o presidente, citando os fracassos nas competições do primeiro semestre e o mau início no Campeonato Brasileiro.
“Foi tudo feito de maneira serena e respeitosa com ele, com a segurança de estar, de certa forma, protegendo uma figura histórica da tradição do São Paulo. É um dos maiores ídolos e, infelizmente, vinha sendo objeto de desgastes e até de considerações desairosas [deselegantes]. Não merecia”, comentou Leco. De acordo com ele, o risco de rebaixamento não poderia ser ignorado pela diretoria.