Preservar o Fies
A pindaíba é tanta no país que o governo resolver mexer nas regras do Fies, o programa de financiamento estudantil. Como sempre, vai sobrar para a população engolir mais essa.
Hoje funciona assim: o governo paga a mensalidade para o aluno estudar em alguma faculdade privada.
Quando termina o curso, o recém-formado tem um ano e meio para começar a pagar as parcelas do empréstimo.
O enrosco é que muita gente não paga as dívidas. A inadimplência chega a 46% dos contratos.
Para controlar isso, o governo pretende cor- tar o prazo para o início do pagamento.
A dívida passaria a ser descontada diretamente do salário do favorecido, assim que ele arranjar um emprego. O corte seria de no mínimo 10% da renda. Por outro lado, o governo criou um fundo de financiamento para os estudantes mais carentes. Esse grupo ficará isento das taxas de juros.
A grana está curta para todo mundo, mas é importante que os estudantes devolvam ao governo o dinheiro emprestado. Só assim haverá grana para ajudar mais gente a fazer faculdade.
Criado em 1999, o Fies veio para tentar amenizar um problema sério do país.
As pessoas pobres enfrentam muitas dificuldades para entrar nas boas universidades públicas, por terem estudado em escolas fracas, e não têm dinheiro para bancar os cursos pagos.
Acabam ficando num limbo, sem estudo superior e condenados a empregos que oferecem baixos salários.
Por isso o Fies é tão importante. O governo deve ter muito cuidado ao alterar as normas do programa.
Em tempo de desemprego alto, fazer uma faculdade é ainda mais essencial.