“Vamo Chape”, uma ova!
Agora é papo reto: esse negócio de “Vamo, vamo Chape” ou “Somos todos Chape” já deu o que tinha que dar. Com toda sinceridade, não sou Chapecoense coisíssima nenhuma.
Vamos colocar os pingos nos is. O acidente aéreo que matou 71 pessoas, incluindo praticamente todo o time de Chapecó e vários jornalistas, provocou comoção internacional. Perdi colegas de profissão e um amigo: Mário Sérgio Pontes de Paiva. Chorei por sua morte e sofri com pesadelos relativos ao voo.
Solidariedade eterna às vítimas e suas famílias —algumas delas, inclusive, processam a Chapecoense por indenizações que consideram justas, como a do técnico Caio Júnior.
Para economizar tostões, os dirigentes desistiram de viajar em voo de carreira e fretaram o avião de uma empresa boliviana de fundo de quintal.
Depois do acidente, a direção do clube aprovou a ideia esdrúxula da CBF de cumprir a tabela contra o Atlético-MG, no Brasileiro, e fazer uma “festa” em Chapecó. Um desrespeito às viúvas e aos órfãos que só não ocorreu porque o Galo teve a dignidade de se recusar a participar.
A Chapecoense surfou na tragédia para se promover. Não houve atitude de grandeza. A não ser da parte do Atlético Nacional, que fez uma linda homenagem na Colômbia e ofereceu o título da Copa SulAmericana ao adversário.
Agora os cartolas da Chape demitiram Vagner Mancini de forma traiçoeira. Justamente o treinador que remontou o time do nada, ganhou o Estadual e obteve classificação às oitavas da Libertadores. Vaga perdida no tapetão por burrice da direção, que insistiu em escalar um atleta irregular.
A continuar assim, a tão cantada Chape vai ter seus 15 minutos de fama, por um desastre, e sumir do mapa mundi sem deixar rastro. Nem saudade.