Indústria retira remédios essenciais do mercado
Por falta de interesse comercial, laboratórios farmacêuticos têm retirado do mercado medicamentos antigos e baratos, alguns deles essenciais e sem substitutos.
Das 1.748 drogas canceladas entre maio de 2014 a junho de 2017, 63% foram por motivação comercial, segundo levantamento no site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A indústria deve informar a interrupção à Anvisa com, no mínimo, seis meses de antecedência. Se a droga não tiver substituto, o aviso deve ocorrer um ano antes.
As farmacêuticas alegam que há defasagem de preços. Já o governo federal diz que os preços dessas drogas têm sido revisados.
Segundo a oncologista Maria Inez Gadelha, diretora do Ministério da Saúde, ao menos 30 medicamentos para o câncer já foram descontinuados desde 2014 ou correm sério risco de sê-lo.
Vera Maria Pinho de Oliveira, 56 anos, trata de um lin- foma desde 2009 com o medicamento Leukeran. Desde novembro, porém, o medicamento, que custava R$ 38, sumiu das farmácias de Belo Horizonte (MG), onde mora.
A fabricante GSK diz que, em conjunto com a Aspen, a nova fabricante do Leukeran, trabalha para regularizar a oferta.