Miragens de presente
Uma das novidades que João Doria (PSDB) levou à Prefeitura de São Paulo foi o repetido anúncio de doações de empresas privadas à administração municipal.
A coisa está mais para outra característica que marca o prefeito: muito marketing e pouco resultado.
Só R$ 0,80 dos R$ 10 das contribuições divulgadas foram concluídas. De R$ 626 milhões anunciados, R$ 47,7 milhões tiveram conclusão e R$ 225,3 milhões, mais de um terço, não foram nem oficializados como proposta.
Um dos exemplos é uma companhia aérea que, segundo disse o próprio Doria, contribuiria com R$ 20 milhões para embelezar pontes e áreas verdes. Procurada, a empresa afirmou não saber do que estão falando.
A prefeitura argumenta que inclui na lista mesmo o que não é concreto em nome da transparência. O prefeito publicou vídeo em que afirma que as doações não empacaram e que as empresas ainda não tiveram tempo para entregar tudo.
Será que os cidadãos à espera dos benefícios das contribuições concordam que não tem nada empacado aí?
Não é que a ideia do tucano não seja boa. O que há nos cofres públicos não consegue acompanhar as necessidades da população.
Então, é preciso comemorar quando alguém aposta em parcerias com o setor privado para resolver os pepinos que estão por todo lado.
Isso tem que ser feito, primeiramente, com muita seriedade para evitar suspeitas de benesses a uma empresa ou outra. Essa regra Doria parece ainda não ter descumprido.
Em segundo lugar, o eleitor está mais do que cansado de falsas promessas de políticos. Que as doações arranjadas pelo prefeito não sejam mais uma dessas miragens.