Agora

Quem vai entrar na USP

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A partir de agora, quem cursa o ensino médio na rede pública vai ter mais facilidade­s para virar aluno da USP, a universida­de mais importante do país.

Em geral, os que estudam em escola privada têm mais chances de conseguir uma vaga. Esse foi o caso, neste ano, de 63% (quase 2 em cada 3) dos matriculad­os.

Agora a USP resolveu equilibrar o jogo. Vai haver uma reserva para os estudantes das escolas públicas, que subirá todos os anos até chegar a 50% em 2021.

Se ficasse por aí, a medida seria boa. Vale a pena dar uma chance para os mais pobres, que não conseguem bancar o ensino particular.

Mas a universida­de complicou tudo ao incluir a regra de que 37% dos beneficiad­os pelas cotas têm de ser pretos, pardos ou índios.

É o tipo da coisa que tem tudo para dar problema, como já acontece em outros lugares.

A descrição da cor da pele varia de pessoa para pessoa. Alguém que se declara pardo, por exemplo, pode ser visto como branco por outros.

Por isso, muitos acabam suspeitos de se dizerem negros só para aproveitar a vanta- gem no vestibular.

Em alguns casos, são criados comitês para avaliar quem têm direito ou não à cota racial. É o fim da picada. Não há nada na ciência que defina isso. É puro chute.

Usar a renda como critério é muito melhor. Não é difícil saber quem é rico e quem é pobre. Se o aluno veio da escola privada, em geral é porque a família tem condição de pagar as mensalidad­es.

Os negros, que muitas vezes também são pobres e estudam na rede pública, acabam sendo beneficiad­os de uma maneira mais inteligent­e.

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