Maia não garante a Temer acelerar votação de denúncia
Presidente quer votar logo denúncias contra ele, pois teme perder votos com a crise e o passar do tempo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não deu garantias a Michel Temer de que a denúncia apresentada contra o peemedebista será votada antes do recesso parlamentar, como quer o governo federal. Com receio de um agravamento da crise política e do aumento de dissidências na base aliada, Temer busca encerrar esse processo o quanto antes.
O presidente recebeu Maia ontem, no Palácio do Jaburu, para questioná-lo sobre o cronograma da votação. O presidente da Câmara disse que a data da decisão final sobre a denúncia no plenário dependerá da tramitação do tema na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Apesar das intenções do governo de acelerar a votação, o cronograma estabelecido até agora deixa aberta a possibilidade de que o processo só seja concluído em agosto —após o período de recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
O principal impedimento para as tentativas de dar velocidade à votação foi uma decisão do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), de ouvir os 132 titulares e suplentes da comissão, além de outros deputados e líderes partidários. Os debates devem levar cerca de 40 horas, mas o governo vai tentar limitar o número de falas.
Além disso, o Planalto busca brechas nas regras para tentar garantir a votação da denúncia no plenário ainda nesta semana. O presidente recebeu ministros e líderes da base no fim do dia para discutir estratégias.
A aliados, Maia tem relatado que seguirá o regimento interno, a Constituição e os acordos feitos entre os deputados e que, portanto, evitará manobras que possam ser vistas como benefícios a Temer ou à oposição.
Para tentar garantir vitória, partidos aliados de Temer vão substituir integrantes da CCJ que tendem a votar contra o presidente. Além disso, ele voltará a conversar com alguns dos 11 deputados que o governo considera indecisos em sete partidos DEM, PDT, PPS, PP, PMDB, PSB e PSDB.