É preciso acordar
O discurso do Palmeiras é o de que muita água vai rolar no Brasileiro e de que o Corinthians vai oscilar na competição. Não chega a ser propriamente um absurdo acreditar nisso, mas a verdade é que a cada tropeço alviverde a chance para a conquista do bicampeonato vai ficando cada vez mais distante. Já são 13 pontos de diferença para o líder Corinthians e existem outros adversários, como o Flamengo, que assim como o Timão também estão priorizando o Nacional, enquanto a obsessão alviverde é a Libertadores. Se ainda quiser almejar o título, o Verdão tem que reagir o quanto antes. Será preciso vencer o Corinthians, na quarta, seguir secando o rival, além de melhorar o seu desempenho como visitante. Agora é preciso, além de torcer contra, fazer a sua parte.
O Palmeiras visitou o Cruzeiro, cometeu vacilos no primeiro tempo que custaram caro e perdeu para os mineiros por 3 a 1, ontem, no Mineirão, pelo Brasileirão.
O tropeço, em Minas, encerra uma sequência de quatro vitória seguidas do Verdão (Bahia, Atlético-GO, Ponte e Grêmio) e coloca pressão na equipe para o Dérbi da próxima quarta.
Isso porque, com a derrota palmeirense e o triunfo alvinegro, anteontem, sobre a Ponte Preta, no Fielzão, a diferença de pontos na classificação aumentou para 13.
O Verdão soma 19 pontos, enquanto o Timão lidera a competição com 32.
Ao atual campeão brasileiro, caso tenha alguma pretensão no torneio, não resta outra alternativa a não ser conquistar os três pontos no Allianz para, além de diminuir a diferença na pontuação, também tentar tumultuar o ambiente corintiano.
De boa notícia para Cuca está o fato de os pendurados com dois cartões amarelos Róger Guedes e Michel Bastos terem passado ilesos. Thiago Santos, que também estava pendurado, nem sequer entrou no jogo. Todos estarão à disposição para quarta-feira.
A partida de ontem mostrou algumas semelhanças com o empate por 3 a 3 entre paulistas e mineiros no primeiro jogo das quartas de final da Copa do Brasil, em São Paulo, no último dia 28: o Verdão com mais posse de bola e agressivo contra a Raposa traiçoeira, armada para os contragolpes eficientes.
Quando era melhor no jogo, o Verdão ainda reclamou de um pênalti do zagueiro cruzeirense Murilo Cerqueira em Róger Guedes, não dado por Pericles Bassols.
Sem aproveitar o melhor momento, o time de Cuca levou o primeiro gol aos 32min, com Thiago Neves.
Antes do intervalo, Hudson desviou chute de Lucas Romero, no meio do caminho, e ampliou o placar.
Na volta, Cuca deixou a sua equipe mais agressiva para tentar repetir o que havia feito em São Paulo, quando, após levar três gols na etapa inicial, arrancou o empate no segundo tempo.
Ele tirou Mayke e pôs Keno, recuando Tchê Tchê para a lateral e Zé Roberto para segundo volante. O Palmeiras melhorou e diminuiu, com Willian, após um bom cruzamento de Róger Guedes.
Desta vez, no entanto, o tento não abalou os mineiros, que se postaram atrás à espera de um contragolpe certeiro, que veio nos acréscimos e culminou no gol de Élber.