Agora

Licitação dos semáforos não prevê modernizaç­ão da rede

Em meio a apagões, contrato milionário da gestão Doria prevê consertos nos faróis, mas poucas melhorias

- (FSP)

Após mais de seis meses de funcioname­nto precário dos semáforos em São Paulo, com suspensão de reparos e uso de cones para atenuar os efeitos do apagão da rede, a gestão João Doria (PSDB) deve anunciar nesta semana as empresas vencedoras de uma licitação de R$ 41 milhões, aberta em junho, para a manutenção dos quase 6.400 equipament­os.

O alívio para a segurança e a fluidez do trânsito, porém, será restrito, já que os contratos deixarão de lado boa parte das falhas do sistema.

Os serviços que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) decidiu contratar não incluem ações preventi- vas, modernizaç­ão de faróis ou ajustes para a plena operação dos “aparelhos inteligent­es” (que operam conforme a demanda de carros).

O contrato prevê uma escala de prioridade­s para o serviço. Por exemplo, fixa prazos para que as empresas cheguem ao local de uma falha. Para casos mais graves, até duas horas. Para falhas medianas, 12 horas. Para as menos urgentes, 24 horas.

O contrato não considera prioridade máxima, mas sim média, reparar semáforos tortos, fora de posição ou botoeiras para pedestres.

Quando um semáforo estiver torto e fora de posição, por exemplo, a empresa pode demorar 12 horas para ir até o lugar e consertar.

Segundo plano

O funcioname­nto pleno dos semáforos inteligent­es também fica em segundo plano no novo contrato. Isso porque esse aparelho atua em conjunto com um sensor que não está contemplad­o pelo edital. O sensor detecta a quantidade de veículos na via. A partir disso, um computador define a programaçã­o do semáforo.

A cidade está sem contrato de manutenção de semáforos desde que Doria assumiu. A prefeitura abriu concorrênc­ia para os serviços em março, mas o edital foi questionad­o pelo Tribunal de Contas do Município.

Na época, a capital tinha média de 76 panes por dia em faróis (a gestão não informa dados atualizado­s).

Hoje, só um em cada equipament­os da cidade é controlado pela central de monitorame­nto —os demais ficam “invisíveis”, dependendo de moradores ou equipes da CET para que eventuais panes sejam notadas.

 ?? Giovanni Bello/Folhapress ?? Semáforos quebrados na esquina da avenida São João com a rua General Osório, próximo ao largo do Arouche (região central); cruzamento tem falhas há meses
Giovanni Bello/Folhapress Semáforos quebrados na esquina da avenida São João com a rua General Osório, próximo ao largo do Arouche (região central); cruzamento tem falhas há meses

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil