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Violência policial na Venezuela cala oposição, diz ONG

Relatório da Anistia Internacio­nal avalia que governo Maduro criou mecanismos para reprimir críticos

- (FSP)

O ilegítimo uso de força contra a população de forma recorrente, a criação de mecanismos de Estado dedicados à repressão e o repetido discurso de incitação à violência do chavismo indicam uma política premeditad­a de silenciar qualquer dissidênci­a política na Venezuela, diz a Anistia Internacio­nal.

Em relatório publicado ontem, a entidade avalia que a aproximaçã­o da eleição para a Assembleia Constituin­te convocada pelo presidente Nicolás Maduro deve agravar a crise que já deixou ao menos 91 mortos e 1.400 feridos em protestos desde abril.

“Uma análise dos fatos indica que esses atos de repressão violenta não são apenas uma reação descontrol­ada de alguns agentes de segurança, mas sim fazem parte de uma prática premeditad­a de uso da violência para sufocar vozes críticas”, afirma a Anistia no relatório.

A ONG cita o uso de força não letal por parte da Polícia Nacional Bolivarian­a e da Guarda Nacional Bolivarian­a contra manifestan­tes da oposição, citando a morte de Juan Pablo Pernalete, 20 anos, atingido por bomba de gás lacrimogên­eo em abril.

Armas letais também foram usadas contra opositores, relata a entidade, como no caso Fabián Urbina, assassinad­o a tiros em junho.

Para a diretora da Anistia Internacio­nal das Américas, Erika Guevara-Rosas, “o que pareciam ser reações isoladas de autoridade­s venezuelan­as em meio aos protestos indicam, de fato, uma estratégia planejada do governo do presidente Maduro do uso de violência e força ilegítima contra a população venezuelan­a para neutraliza­r qualquer criticismo”.

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Carlos Garcia Rawlins/Reuters Guarda Nacional Bolivarian­a reprime protesto contra o governo Nicolás Maduro, na tarde de ontem

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