Asfalto novo, buraco velho
Quem anda por São Paulo sabe: difícil não cair em buracos. A pé, de moto, bicicleta, ônibus ou carro.
Os que dirigem gastam com consertos e alinhamentos, quem pega condução tem que se segurar firme no rali paulistano.
O mostrou que, entre 1º de janeiro e 19 de junho deste ano, os pedidos do serviço tapa-buraco já foram 75.769, contra 54.658 no mesmo período do ano passado. Em 2015, eram 34.942.
Na avenida Celso Garcia, vice-campeã de pedidos, são 96 solicitações por quilômetro. A via, que já foi das mais importantes da ci- dade (até surgir a Radial Leste, nos anos 1970), é passagem de muitas linhas de ônibus.
A avenida Sapopemba, líder de pedidos com 673 no primeiro semestre, também é caminho de ônibus. O tráfego pesado prejudica o asfalto que, sem manutenção, cede lugar à buraqueira.
Por todo lado, a vizinhança faz o que pode para reduzir os danos e alertar os desavisados. Na Sapopemba, preencheram um buraco com um cone de ponta-cabeça. Já se viu pedaço de galhos de árvore, cadeira e outros objetos no meio da rua.
A prefeitura fala da herança da gestão anterior (580 mil pedidos) e diz que foram tapados 93.141 buracos desde o começo do ano, mais do que as solicitações.
Também diz ter começado um novo programa, o Asfalto Novo, que vai recapear 680 mil metros quadrados. A gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), culpa a falta de verbas federais e a baixa arrecadação. Faltou dinheiro.
Seja como for, a história o paulistano conhece: tapa aqui, abre ali. A manutenção do asfalto pode evitar as crateras urbanas, e um recapeamento de qualidade também.