Agora

Base de Temer quer obrigar deputados a barrar

Manobra governista por fechamento de questão e ameaça de punição envolve PMDB, PP e PR

- (FSP)

O governo intensific­ou as manobras para tentar salvar Michel Temer na votação da denúncia sob acusação de corrupção passiva apresentad­a contra o presidente. Em operação conjunta da base aliada, três dos maiores partidos da Câmara vão tentar aprovar uma medida que pode obrigar seus deputados a votarem contra a denúncia.

PMDB, PP e PR marcaram reuniões para hoje para definir o chamado fechamento de questão a favor de Temer, que determina que todos os deputados devem acompanhar a orientação do partido na votação. Quem se posicionar contra sua sigla pode, em tese, sofrer punições.

Juntas, essas três legendas têm 148 deputados. Temer precisa do apoio de 172 parlamenta­res no plenário para que a denúncia seja rejeitada, evitando a abertura de um processo no STF (Supremo Tribunal Federal).

O Palácio do Planalto ainda vai tentar convencer o PRB e o PTB a tomarem a mesma medida, o que poderia garantir o apoio de mais 40 deputados ao presidente.

Apesar do movimento em bloco, os partidos devem enfrentar dificuldad­es para aprovar o fechamento de questão a favor de Temer, uma vez que algumas dessas bancadas estão rachadas.

O PR, por exemplo, teve que trocar quatro de seus integrante­s na Comissão de Constituiç­ão e Justiça que tenderiam a votar contra Temer. O Planalto teme que uma tentativa de fechamento de questão possa aprofundar racha no partido e prejudicar no plenário.

A operação foi coordenada pelos líderes governista­s, que buscam garantias de que Temer terá uma maioria robusta a seu favor no plenário.

A CCJ começa nesta quarta os debates sobre o relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ favorável à denúncia.

Entre líderes da base aliada, a punição a deputados que votarem contra o presidente é considerad­a uma última alternativ­a. A obrigação de seguir a orientação partidária serve principalm­ente, nesse caso, para oferecer um discurso para que os parlamenta­res enfrentem críticas em suas bases eleitorais.

A base do governo vai insistir em manobras para tentar acelerar a votação da denúncia. Aliados de Temer pretendem apresentar um requerimen­to de encerramen­to de discussão na CCJ, para evitar as mais de 40 horas de debate previstas na comissão —que inviabiliz­ariam a votação do parecer ainda esta semana, como quer o Planalto.

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Pedro Ladeira/Folhapress O presidente Michel Temer, em evento de lançamento do Plano Safra, ontem; siglas reúnem 148 dos 172 votos necessário­s para rejeitar denúncia no plenário
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