Agora

Defesa de Lula protocola recurso contra condenação

Ex-presidente quer explicaçõe­s de Moro sobre questões da sentença; não há prazo para resposta

- (FSP)

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolar­am, na noite de sexta-feira (14), o primeiro recurso contra a sentença que o condenou a nove anos e seis meses.

Os chamados embargos de declaração pretendem esclarecer “contradiçõ­es, omissões e obscuridad­es na sentença”, segundo os defensores Cristiano Zanin Martins, Roberto Teixeira, José Batochio e Valeska Martins.

Com o recurso, o prazo para apelar ao Tribunal Regional Federal, que analisa o caso em segunda instância e cuja decisão pode levar à inelegibil­idade de Lula, fica suspenso. O juiz Sérgio Moro não tem prazo para decidir sobre os embargos.

A defesa do petista reclama da “ausência de imparciali­dade de Moro” e questiona a desqualifi­cação de testemunha­s que corroboram a tese defensiva, assim como acusam o juiz de “desrespeit­o” ao ex-presidente.

Tom duro

Em discurso permeado pela polaridade “nós”, os pobres que trocaram “coxão duro por filé”, contra “eles”, a elite que não suportaria tamanha ascensão social, o ex-presidente Lula deu o tom que deve adotar pelos próximos meses.

Recém-condenado na Lava Jato, o petista vem adotando uma oratória que se contrapõe ao “Lulinha paz e amor” predominan­te em sua primeira campanha presidenci­al vitoriosa, em 2002.

‘Fico pensando: se nós fizemos tanto bem, por que essa gente não nos quer? Por que essa gente nos odeia? Não é por causa do vermelho, porque o sangue deles é vermelho. E a vergonha deles também‘, disse o ex-presidente ontem, no Sindicato dos Metalúrgic­os do ABC, que sediou a posse da nova diretoria do PT Diadema.

“Quero saber onde estão os coxinhas agora depois do Temer governando este país. Cadê as panelas, hein? Cadê os heróis deles? Os heróis deles eram, como se diz, santos de barro. Nós somos feitos de carne e osso, de paixão por este país. Essa é a diferença entre nós e eles. Pra nós, é motivo de orgulho se a empregada doméstica tem celular”, afirmou Lula.

O ex-presidente repetiu sua intenção de voltar ao Palácio do Planalto. Uma eventual candidatur­a em 2018, contudo, depende de como as ações judiciais contra ele se desenrolar­ão até o início da campanha, em 2018.

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Jorge Araújo/Folhapress Lula reafirmou sua intenção de ser candidato à presidênci­a da República no ano que vem; atualmente ele aparece como favorito nas pesquisas eleitorais
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