Cidade sem hidrantes
Uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo colocou o governo do Estado, a Sabesp (empresa estadual de saneamento) e a prefeitura da capital contra a parede.
Eles terão 60 dias para consertar ou substituir os hidrantes da cidade.
Em caso de descumprimento, a multa será R$ 5.000 por dia.
Não é bem o tipo de medida que cabe à Justiça. Mas, que existe um problema a ser resolvido, não resta dúvida.
Segundo um relatório feito pelo Corpo de Bombeiros em 2014, apenas 95 dos 948 hidrantes da capital estavam funcionando sem qualquer pro- blema. Ou seja, só 10%.
Com base nisso, o Ministério Público entrou com uma ação em 2015, determinando medidas de conservação dos equipamentos. O tribunal acatou agora o pedido.
Ficou determinado que o Corpo de Bombeiros deverá fiscalizar cada hidrante da cidade ao menos uma vez por ano e enviar um relatório para a Sabesp e a prefeitura, relatando os problemas.
Segundo o Ministério Público, a Sabesp é responsável pela instalação e a manutenção desses equipamentos. A empresa, no entanto, diz que isso não é função dela e que irá recorrer da decisão do tribunal.
Governo estadual (gestão Geraldo Alckmin) e prefeitura (gestão João Doria) também vão entrar com recursos.
Enquanto durar esse jogo de empurra-empurra, a população, como sempre ocorre nesses casos, será a mais prejudicada. E os riscos não são nada pequenos. Hidrantes são fontes de água fundamentais para combater incêndios. Podem ajudar a salvar vidas e a preservar construções.
Imagine se um grande prédio pegar fogo e os hidrantes mais próximos simplesmente não funcionarem?
É melhor nem pensar.