Gasolina deverá subir R$ 0,41 nas bombas
Imposto sobre os combustíveis chega a dobrar para cobrir rombo nas contas públicas do governo
O litro da gasolina poderá ficar até R$ 0,41 mais caro nas bombas após o aumento do PIS/Confis anunciado ontem pelo presidente Michel Temer (PMDB). Ontem, Temer assinou o decreto para a alta de impostos, que deverá cobrir o rombo no orçamento.
O anúncio oficial deve ocorrer hoje, em evento em Brasília. A previsão é que o decreto com o aumento do imposto seja publicado também hoje, em edição extra do “Diário Oficial da União”.
Ontem, o governo divulgou que vai dobrar a alíquota do PIS e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) imposto que incide no litro da gasolina, de R$ 0,38 para R$ 0,79.
Também haverá alta para o álcool e o óleo diesel. O PIS/ Cofins pago pelo produtor de etanol, hoje em R$ 0,12, vai para R$ 0,13. Para o distribuidor, o imposto hoje é zerado e passará para R$ 0,19.
Já o litro do diesel poderá ficar R$ 0,22 mais caro, com a nova alíquota, de R$ 0,46. Hoje, o tributo é de R$ 0,24.
O aumento virá após um período de quedas. Na capital, o preço final da gasolina em julho estava R$ 0,34 mais em conta em relação a janeiro. Já o preço do etanol, no mesmo período, estava R$ 0,56 mais barato.
Antes mesmo de Temer assinar o decreto, na quartafeira, o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Gouveia, lamentou a decisão do Planalto e disse que os donos de postos vão repassar os valores mais altos . “Se aprovado, infelizmente, passaremos o valor do reajuste ao consumidor”, afirmou.
Quem também não gostou da notícia é o administrador de empresas Fábio Costa, 34 anos, que tem dois carros em casa. “O país já vive uma crise econômica e o governo insiste em querer cobrar mais impostos”, disse.
Sem saída
O aumento veio porque o governo não tem saída para gerar receitas extraordinárias. Ontem, também foi anunciado do congelamento de mais de R$ 5,9 bilhões em despesas. A previsão é chegar ao fim do ano com deficit de R$ 139 bilhões. E os gastos não param de subir, em troca de apoio no Congresso, Temer também liberou R$ 1 bilhão em emendas.
Com o reajuste, o Planalto informou que espera arrecadar R$ 10,4 bilhões neste ano.