Ex-assessor Marco Aurélio Garcia morre aos 76 anos
Morreu ontem o assessor para assuntos internacionais da Presidência nos governos Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia, aos 76 anos.
Professor aposentado do Departamento de História da Unicamp, ele sofreu um infarto fulminante e foi encontrado morto em seu apartamento, no centro de São Paulo, por volta do meiodia. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa.
Marco Aurélio ocupava nos últimos tempos uma cadeira no conselho curador da Fundação Perseu Abramo, função que assumiu após o impeachment Dilma.
Ele foi idealizador do Brics, grupo de países de economia emergente formado por Brasil, Rússia, Índia e China. A ele era creditada a projeção internacional do Brasil durante o governo Lula.
Embora sofresse de graves problemas circulatórios, o ex-assessor participava ativamente da agenda partidária, como o ato em solidarie- dade a Lula na semana passada. Na última sexta, apresentou à fundação um texto sofre o futuro da esquerda.
No fim de semana, fez compras no centro de São Paulo, onde vivia sozinho em um apartamento com vista para a praça da República. Ele deixa um filho, Leon.
Marco Aurélio foi secretário municipal de Cultura em Campinas (1989-1990) e também de São Paulo (de 2001 a 2002), na administração Marta Suplicy.
Ele iniciou sua trajetória política no movimento estudantil. Exilou-se na França e no Chile durante a ditadura militar. De volta ao Brasil, em 1979, ajudou a fundar o PT, que também presidiu.
Colecionou polêmicas ao longo de sua carreira. Como conselheiro de Dilma, foi responsabilizado pelo silêncio sobre a repressão do governo Maduro na Venezuela. E causou desconforto de seus pares ao pregar afastamento de petistas investigados.