A novela do parque
O plano de criar o parque Augusta no centro de São Paulo é uma novela que se arrasta há uns 40 anos.
A área de 24 mil m2 abriga hoje árvores da mata atlântica e uma casa abandonada.
Em 2013, parecia que o projeto finalmente sairia do papel. O então prefeito Fernando Haddad (PT) assinou uma lei que autorizava a criação do parque.
Acontece que o local pertence a duas construtoras, e comprar o terreno delas custaria uma bolada —cerca de R$ 120 milhões— que a prefeitura não tem.
As empresas queriam construir prédios ali, deixando só uma parte do espaço para a visitação do público.
Já os ativistas ambientais eram contra qualquer construção. Nesse impasse, tudo ficou parado.
Agora o prefeito João Doria (PSDB) apresentou uma outra ideia: trocar a área na Augusta por outra um pouco menor (18 mil m2) em Pinheiros.
Por esse acordo, as empresas ficariam responsáveis por instalar e manter o parque Augusta e construir uma nova sede para a prefeitura regional de Pinheiros.
Parece uma boa solução para dar um fim a essa história, mas muita coisa precisa ser esclarecida.
Ninguém sabe ainda o valor da área oferecida pelo município. Será que essa permuta é vantajosa para cidade? Ou só vai encher os bolsos das construtoras?
Tudo isso precisa ser esclarecido antes de o acordo valer de verdade.
Seria ótimo ter mais parques na cidade. Mas fazer isso em condições mal explicadas, com risco de prejuízos para a prefeitura, seria resolver um problema criando outro.