Favela resiste na Vila Olímpia há décadas
Gestão Doria divulga novo projeto para reurbanizar favela Coliseu. Líder teme nova promessa vazia
Espremida entre prédios altos, atrás do shopping JK, a favela Coliseu tem mais de 60 anos e acompanhou a transformação da Vila Olímpia (zona oeste) de uma região de chácaras para um bairro residencial e agora em um importante centro financeiro. Moradores ouvem promessas de reurbanização da área há décadas. Agora, a gestão João Doria (PSDB) tem novo projeto para a região.
Ali vivem 200 famílias, muitas em barracos de madeira em situação precária —outras 70 já foram removidas por viverem em situação de risco e recebem auxílioaluguel de cerca de R$ 500.
A Prefeitura de São Paulo apresentou, no fim de junho, o projeto dos prédios que serão construídos no lugar da favela. Serão três torres de 13 andares com 274 aparta- mentos no total, que terão sala, cozinha, dois quartos, banheiro e varanda e serão destinados aos atuais moradores da comunidade.
Pelo cronograma, a licitação da obra começa em novembro e as famílias serão removidas em maio de 2018, quando se inicia a construção dos prédios — concluídos até novembro de 2019.
“A gente optou pelo adensamento para atender a totalidade das famílias num mesmo local. Se nós fizéssemos prédio mais baixo, sem elevador, que é um padrão que a prefeitura utiliza normalmente, nós não teríamos condição de recepcionar todas as famílias nesse empreendimento”, afirmou o secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre.
Os prédios serão construídos com recursos da Operação Urbana Faria Lima, processo de reforma da infraestrutura da região iniciado em 1995, na gestão Paulo Maluf (PP). Não é a primeira vez que moradores ouvem promessas (leia texto abaixo).
Rosana Maria dos Santos, 47, líder comunitária da favela, resume o sentimento dos moradores sobre os projetos. “Sempre eu acho que vai [dar certo]. Mas, desta vez, eu não sei ainda.”