Aos trancos, Boi Bandido adota a China como lar
No Hebei Fortune, atacante Aloisio está mais à vontade e já projeta continuidade do seu contrato
Há um ano no Hebei Fortune-CHN, o atacante Aloisio, de 29 anos, está em casa. Este é o seu segundo clube na Ásia desde que deixou o São Paulo, no final de 2013. Apenas em um aspecto ainda não há muita familiaridade: com a língua.
O mandarim é a grande dificuldade do Boi Bandido, que ganhou o apelido devido às comemorações com voadora no Tricolor.
“Eu continuo falando só palavrões. No começo, eu achava que o tradutor teria de andar comigo 24 horas. Agora já estou mais tranquilo”, conta ao Agora.
Ele já passou por perrengue quando foi a um restaurante. “O cardápio estava todo em mandarim e meu tradutor não estava junto, foi difícil. Precisei pesquisar na internet”, destaca, aos risos.
Antes de chegar ao Hebei, Aloisio foi jogador do Shandong Luneng, time de Diego Tardelli. O atacante diz que seu novo clube é mais atencioso com os estrangeiros.
“O Shandong tem mais história, mais torcedores. Já o Hebei está na primeira divisão pelo segundo ano apenas e investiu bastante. Tem menos torcida, mas que nos apoia bastante”, explica.
“Aqui também tem tradutor e são mais atenciosos por esse lado. O clube tem um tradutor dentro e outro fora de campo. No Shandong também tinha, mas ficava mais dentro de campo. Temos motorista, chefe de cozinha, é muito mais profissional que no outro”, compara o atacante, contando que o chefe de cozinha faz comida internacional: arroz, feijão, maionese. Assim, ele fica mais perto da culinária brasileira e cada vez mais à vontade. “Mas churrasco é só comigo”.
O Hebei caiu um pouco na classificação do Campeonato Chinês. Pulou da terceira para a quinta colocação após 18 rodadas, com 29 pontos. Apenas os três primeiros colocados conseguem vaga na Liga dos Campeões asiática.
Futuro
Aloisio já pode assinar précontrato com outro clube, pois seu vínculo termina no fim do ano. Porém, o viceartilheiro do Hebei com sete gols em 14 jogos quer renovar. “Eu quero continuar aqui. Estou totalmente adaptado, jogando direto, já que o Manuel Pellegrini [técnico] está me dando bastante chance de jogar”, conta.
No mesmo clube estava Hernanes, que voltou para o São Paulo. Ele teve poucas oportunidades no Hebei, porque o regulamento do Chinês só permite três estrangeiros por jogo e o Profeta vinha sendo a quarta opção —além de Aloisio, os outros dois escolhidos são o volante camaronês Mbia e o atacante argentino Lavezzi.
Em pouco tempo, a dupla se deu muito bem fora de campo. “Ele tem muita qualidade. Eu já o admirava quando ele jogava no São Paulo. Sei que para ele foi um pouco complicado.”
Hernanes não teve problema com o mandarim. “Em quatro anos, não falo nada. Ele em poucos meses já formava frases.”