Agora

Quem vai pagar a conta

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A grana anda tão curta no país que qualquer despesa dos órgãos públicos está sendo examinada com lupa.

Com a recessão, o governo arrecada menos e é obrigado a fazer escolhas.

Ou acha algum jeito de fazer economia ou precisará cortar a verba de áreas essenciais, como saúde, educação e segurança.

Para poupar algum dinheiro, resolveu anunciar um programa para a demissão voluntária de servidores.

Hoje existem por volta de 600 mil funcionári­os públicos nos órgãos do Poder Executivo. O gasto com eles chegou a R$ 258 bilhões em 2016.

O governo esperar atrair uns 5.000 deles para o programa. A equipe do presidente Michel Temer (PMDB) diz que isso já daria uma economia de R$ 1 bilhão por ano.

Não é muita coisa perto do total de despesa, mas já dá algum alívio quando se está com a corda no pescoço.

Para convencer os funcionári­os a se demitirem, o governo estuda pagar 1,25 salário para cada ano trabalhado.

É claro que quem se esforça e consegue ser aprovado num concurso não gostaria de abrir mão de seu emprego.

E quem ainda tenta uma vaga em qualquer órgão público terá ainda mais dificuldad­es nos próximos anos.

Com a pindaíba geral no país, novos concursos devem ser bem mais raros.

Fora isso, o desemprego continua bem alto. Parece mesmo um filme de horror.

O governo diz que precisa tomar essas medidas para evitar que o barco afunde de vez.

Ok, mas o esforço, é claro, não pode ser só da população. As mordomias dos políticos também precisam ser cortadas sem dó.

O fundamenta­l é garantir serviços essenciais e gerar empregos.

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