Procuradoria pede pena máxima a Cabral
O Ministério Público Federal do Rio pediu ontem a aplicação de pena máxima ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Nas alegações finais ao juiz Marcelo Bretas no processo que trata de propina da em- preiteira Andrade Gutierrez, a Procuradoria afirma que “ao longo da instrução restou evidenciado ter o réu agido com ganância desenfreada, imbuído da intenção de ostentar padrão de vida cada vez mais luxuoso, ainda que para tanto fosse sacrificada a higidez da administração pública estadual”.
“A propina foi paga e elevou o padrão de vida de Sérgio Cabral a um nível impensável, digno de um magnata do setor privado e sem qualquer relação com o padrão econômico que um servidor público, mesmo um governador de estado, pode pensar em ter”, afirmam os procuradores do caso.
A pena máxima para corrupção é de 12 anos, a de lavagem, 10, e a da organização criminosa, 8 anos. Todas podem ser aumentadas em dois terços, dependendo dos agravantes considerados.
Cabral já foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão pelo juiz Sergio Moro por, no entendimento dele, ter rece- bido R$ 2,7 milhões de propina da Andrade Gutierrez referente a obra do Comperj.
O processo no qual o MPF apresentou alegações finais ontem refere-se a propina de R$ 350 mil mensais solicitadas à empreiteira por obras no Rio. Pela denúncia, foram pagos R$ 7,7 milhões.
Na peça, a Procuradoria também defende a condenação de Cabral e da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo por lavagem de dinheiro por meio de joias, em um total de R$ 6,5 milhões.
A defesa de Cabral tem afirmado que ele não solicitou propina e usou sobras de caixa dois. Adriana Ancelmo já negou lavagem.