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Aliados pedem que governo adie as mudanças no IINNSSSS

Partidos da base querem que reforma da Previdênci­a fique para 2019, prevendo ainda mais desgaste

- (FSP)

Partidos aliados da base de Temer defendem que o presidente abandone a ideia de votar a reforma da Previdênci­a agora e que a proposta seja retomada em 2019, somente no próximo governo.

Apesar de não ser consenso, a ideia ecoa em partidos que somam 173 dos 513 deputados. A reportagem ouviu integrante­s de PSDB, PR, PSD, DEM, PRB e do PP, que dizem não ter segurança de que o governo conseguirá aprovar a proposta de mudanças nas aposentado­rias do INSS.

Eles levam em conta a proximidad­e das eleições de 2018 e a previsão de que o Planalto só conseguiri­a aprovar uma reforma mínima, desfiguran­do ainda mais a proposta original e dificultan­do uma mudança maior. “Não é hora. Falei isso para o presidente numa conversa, há um mês. Disse ‘esqueça este assunto de Previdênci­a. Não fale em Previdênci­a mais’”, diz o líder do PSD, Marcos Montes (MG).

Em contato com suas bases eleitorais durante o recesso parlamenta­r, deputados dizem reservadam­ente ter sido mais pressionad­os por descontent­es com a nova Previdênci­a do que por aqueles insatisfei­tos com o governo e as denúncias de corrupção.

Eles fazem a conta de que o tema só se tornaria uma prioridade depois que o plenário tirasse do caminho a denúncia contra Temer e a reforma política. Com isso, a votação ficaria muito próxima da campanha eleitoral.

“Obviamente só daria para votar isso agora no segundo semestre, ano que vem nem pensar”, afirma Marcus Pestana (PSDB-MG). Ele, que aprovou a reforma na comissão especial, diz que seria importante votá-la agora, mas que é preciso “tranquilid­ade política”.

Até quem quer que a reforma seja mantida admite que deve ser difícil. “Não me surpreende­ria se ficasse para 2019”, disse Carlos Melles (DEM-MG).

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