Agora

Gasolina e álcool sobem de novo na Grande SP

A reportagem visitou dez postos; em três deles, os combustíve­is subiram duas vezes: na sexta e ontem

- (Gilberto Yoshinaga)

Os postos da capital e da Grande São Paulo reajustara­m os preços da gasolina e do álcool ontem, mesmo após a Justiça ter derrubado a alta dos valores.

Na segunda-feira, um juiz do Distrito Federal concedeu liminar (decisão provisória) barrando o aumento no imposto dos combustíve­is, publicado na sexta-feira no “Diário Oficial da União” pelo governo. Ontem, a decisão foi derrubada e a elevação do PIS e da Cofins sobre os combustíve­is está liberada, o que poderá levar à nova alta.

O Agora percorreu dez postos na capital e na Grande SP. Em três deles, o álcool e a gasolina subiram duas vezes: na sexta-feira e ontem. Do total, nove tinham preços acima dos apurados na quinta, um dia antes de o governo anunciar a alta nos tributos.

O levantamen­to de preços da reportagem foi feito no início da tarde, ou seja, antes da derrubada da liminar. Por isso, a tendência é que, hoje, os postos voltem a reajustar.

Apenas um dos estabeleci­mentos consultado­s tinha preços menores que os da semana passada: o autoposto Noninha, localizado na região central de São Paulo. Entre quinta-feira e ontem, o posto reduziu em R$ 0,10 o preço do litro da gasolina e em R$ 0,20 o do etanol.

Os maiores aumentos encontrado­s pela reportagem foram de R$ 0,60 para o litro da gasolina e de R$ 0,49 para o etanol. “Esses reajustes bagunçaram tudo”, critica Leandro Alves, gerente de um posto que aumentou R$ 0,20 por litro de combustíve­l.

Gerente de outro posto, Erli Francisco Lopes criticou o rea- juste dos impostos. “Achei essa medida muito abusiva. Com combustíve­is mais caros, agora vai aumentar o preço de tudo”, afirma. “O governo diz que precisou fazer isso para arrecadar mais impos- tos. Deviam tirar as mordomias da classe política em vez de fazer o trabalhado­r pagar mais. É revoltante.”

A enfermeira Luiza Andrade, 32 anos, encheu o tanque do carro ontem, com medo de nova alta. “Na hora de baixar os preços, os donos de postos dizem que precisam zerar o estoque. Mas quando é para aumentar, eles fazem o reajuste imediato.”

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