Primeiro dia de greve na Venezuela tem um morto
Oposição protesta contra Constituinte; EUA puniram 13 autoridades do alto escalão do país
Pelo menos uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas em manifestações contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ontem, primeiro dia de greve geral de 48 horas convocada pela oposição em repúdio à Assembleia Constituinte, marca para domingo.
Assim como na primeira paralisação, na última quinta, a adesão foi parcial. Em Caracas o comércio e os escritórios de empresas privadas não abriram na zona leste, reduto da oposição.
Poucos ônibus da capital, privados, circularam e o movimento foi pequeno em avenidas da região e do centro. Nos bastiões chavistas da zona oeste, porém, lojas e escolas funcionaram normalmente, da mesma forma que o metrô, estatal.
Também foram trabalhar os bancários e os funcionários de órgãos públicos e da petroleira PDVSA. Os canais estatais VTV e Telesur publicaram reportagens durante todo o dia dizendo que a greve tinha sido um fracasso.
A paralisação foi acompanhada por protestos nos bairros e barricadas monta- das em avenidas e rodovias. Os bloqueios foram os principais cenários dos confrontos entre as forças de seguranças e grupos de manifestantes.
No final da tarde, o vicepresidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, disse que 92% do país aderiu à greve, mas não afirmou se falava de cidades, de em- presas ou de funcionários.
Sanções
Ainda ontem, os EUA anunciaram sanções econômicas a 13 autoridades de alto escalão da Venezuela, responsáveis pela realização da Assembleia Constituinte e das forças de segurança que atuam contra os protestos da oposição, que deixaram 101 mortos em quatro meses.
Membros do governo de Donald Trump afirmaram que as punições são um prenúncio do que pode vir caso Maduro mantenha a eleição dos parlamentares responsáveis pela redação da nova Constituição do país.
Maduro chamou de “ilegal, insolente e insólita a pretensão de um país sancionar outro”. “São formas de pressão para ver se quebram o Estado venezuelano”, disse.
Com as sanções, os 13 terão contas bancárias, imóveis e outros ativos nos EUA bloqueados e não poderão fazer transações com norte-americanos.