Agora

Mandingas em alta

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Já dizia o grande João Saldanha: “Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminaria empatado”. Será?

De uma semana para cá, o sal grosso tem virado o maior reforço dos clubes que estão em baixa no Brasileiro. Além de fazer a alegria nos churrascos, anteontem, o item que afasta o mau-olhado foi jogado no gramado do estádio Beira-Rio, onde o Inter só havia vencido duas de sete partidas na Série B. Resultado: 2 a 0 sobre o Oeste e inúmeras piadas hilárias na internet. Antes disso, o São Paulo já havia encerrado um jejum de nove jogos na Série A após a torcida jogar sal grosso no portão principal do Morumbi no jogo com o Vasco.

Se ajuda ou não, o fato é que mandingas, superstiçõ­es —a calça roxa de Cuca virou até parte do uniforme do torcedor palmeirens­e—, maldições e outros trabalhos sobrenatur­ais têm funcionado no futebol brasileiro —para o bem ou para o mal.

Que o diga Arubinha. Reza a lenda que, nos anos 30, o ponta do Andaraí rogou uma praga e enterrou um sapo em São Januário após seu time levar 12 a 0 do Vasco: o cruzmaltin­o passaria 12 anos sem ser campeão. O Vasco só levantou a taça em 1945, após 11 anos.

No interior paulista, dizem que a mãe do médio Pitico, ídolo da Ponte Preta nos idos de 50 e 60, inconforma­da por ele ter sido enxotado do clube, anunciou que a Macaca nunca seria campeã (outros relatos dão conta de sete anos sem acesso, o que se confirmou).

Talvez fizesse bem ao Náutico, à beira da degola para a Série C, repetir o ritual do goleiro Manoelzinh­o, que urinava em campo nos anos 50, na época em que se formou a equipe que brilharia na década seguinte.

Portanto, se seu clube estiver no desespero, amigo, bora para o mercado comprar sal.

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