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Número de pedestres mortos cresce no 1º semestre em SP

Capital registrou 224 mortes até junho, contra 182 no ano passado, segundo dados do Estado

- (Leonardo Fuhrmann)

O número de pedestres mortos no trânsito de São Paulo aumentou 23% nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados do Infosiga. Foram registrada­s 224 mortes no período, ante 182 em 2016.

No ano passado, o Infosiga, banco de dados do governo do Estado, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), não conseguiu definir meio de transporte em 47 casos de morte. O número caiu para 13 neste ano. O que significa que, mesmo se essas vítimas forem pedestres, houve um aumento real no número de vítimas a pé. No total, o número de mortos ficou estável, com alta de 1%, de 477 para 482 vítimas.

Especialis­ta em mobilidade a pé, a urbanista Meli Malatesta afirma que os pedestres são as principais vítimas da violência no trânsito. “O pouco tempo de travessia nos faróis, o tempo de espera dos pedestres pelo sinal verde e o envelhecim­ento da população são fatores que provocam um aumento nas mortes de quem anda a pé.”

Os dados do Infosiga mostram que ao menos 83 pedestres mortos no primeiro semestre tinham a partir de 60 anos (veja quadro).

Segundo ela, as panes nos semáforos registrada­s na cidade nos primeiros meses da gestão João Doria (PSDB) podem ter agravado a situação.

Além disso, Meli aponta a falta de investimen­to na formação de motoristas. “Hoje, eles aceleram quando veem um sinal amarelo. O pedestre perde uma parte do seu tempo de travessia para esperar esses carros”, diz.

Para o engenheiro de tráfego Horácio Figueira, a falta de fiscalizaç­ão de infrações que afetam a segurança dos pedestres é uma das causas das mortes. “A prefeitura não tem de se preocupar só com a fluidez”, diz.

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Robson Ventura/Folhapress Pedestre atravessa o cruzamento das alamedas Eduardo Prado e Barão de Limeira, na região central de São Paulo; pelo menos 83 mortos eram idosos

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