Hospital do Servidor demora 20 dias para fazer cirurgia
Operação ortopédica atrasa por falta de material ou vaga, dizem pacientes de unidade estadual
Pacientes do Hospital do Servidor Público Estadual aguardam há mais de 20 dias, internados, para serem submetidos a cirurgias ortopédicas. Também tem sido comum o cancelamento dos procedimentos agendados.
Localizado na Vila Mariana (zona sul), o hospital é administrado pelo Iamspe (Instituto de Assistência ao Servidor Público Estadual), entidade ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo pacientes, o motivo da demora são diversos, como falta de equipamentos, materiais contaminados e falta de vaga na UTI ou no próprio centro cirúrgico.
Enquanto aguardam pela cirurgia, pacientes e familiares reclamam que ficam em quartos com equipamentos quebrados, banheiros sujos, portas sem maçanetas, pintura descascando e armários empoeirados. No corredor da ortopedia há móveis quebrados, como uma cômoda.
Para pacientes e familia- res, a situação precária do hospital só piora o período de espera pela cirurgia.
Uma aposentada de 79 anos foi quem esperou mais tempo pela cirurgia. A idosa, que pediu para não ser identificada, deu entrada no pronto-socorro do hospital no dia 6 de julho com dores no quadril. Depois de fazer exames, os médicos concluíram que era necessário retirar a prótese em seu fêmur, que está solta e pode perfurar órgãos, como o rim.
Somente ontem, após 21 dias internada, conseguiu ir para o centro cirúrgico por volta das 17h. A família ainda não tinha notícias até a conclusão desta edição.
Mas ir para o centro cirúrgico não é garantia de realização do procedimento. O aposentado Oswaldo José da Silva, 66 anos, já teve a cirurgia cancelada duas vezes. Na primeira, no dia 10 de julho, não havia vaga na UTI. A segunda, no dia 23 de julho, foi para o centro cirúrgico, mas voltou sem fazer após os médicos descobrirem que ele estava com uma bactéria. Ainda internado, aguarda resultado de exames. “É ruim demais essa espera”, disse.