Só uma bala na agulha
Uma noite escura, sem luz do luar ou estrelas no céu. Ruídos ao redor, ameaçadores, e a sensação de um ataque iminente. Estado de alerta e uma única bala na agulha. O risco de atirar a esmo e desperdiçar munição torna-se imenso. É assim que está o Palmeiras.
O clube começou o ano cheio de si. O campeão brasileiro de 2016 se reforçou talvez desmedidamente, deslumbrado com o poder econômico de sua patrocinadora. Empanturrou-se de guloseimas, esquecendo-se dos nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Verduras e legumes acabaram desprezados pelo sabor trivial e baixo custo no mercado de importados.
Alexandre Mattos e Leila formam um par esbanjador, com mentalidade de novo-rico. Saem torrando dinheiro, com voracidade, diante de toda peça cara na vitrine. Como se a grife, por si só, já lhes garantisse o sucesso.
Trouxeram a dupla Guerra e Borja do Atlético Nacional da Colômbia, campeão da Libertadores, crentes de que seria suficiente para replicar a fórmula da conquista da taça. Ao custo de R$ 35 milhões, o atacante que se destacara em uma única temporada chegou como se fosse um Ronaldo.
Com elenco tão estrelado, nem seria preciso um grande técnico. Bota lá um Baptista qualquer! Nem laterais confiáveis, meras peças periféricas... Melhor trazer um Pit Bull do exterior para impor respeito e fazer marketing. E esse tal de Gabriel que vá carregar piano lá no pobretão Corinthians.
Eliminado do Paulistão e da Copa do Brasil, já desenganado no Brasileiro, o clube tem agora a Libertadores como tábua de salvação. Pressão imensa para um time sem confiança. Para salvar o ano, o Palmeiras vai precisar mais do que sotaque gringo e um cão de guarda que só late e rosna.