Agora

Mais empregos, mas sem carteira

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O desemprego caiu, mas foi bem pouco. E continua alto: de cada 100 brasileiro­s que procuraram uma vaga no mercado no segundo trimestre (abril a junho), 13 não conseguira­m. Antes, eram quase 14.

Mesmo assim, a melhora é importante. É só lembrar que o desemprego vinha subindo quase sem parar desde o final de 2014.

Ainda não dá para saber se as contrataçõ­es vão continuar, mas pelo menos já temos um alívio.

O Brasil viveu uma das piores recessões de sua história, com quase três anos de falên- cias e demissões. Desde o início dos anos 1980, não se via tanto aperto.

Tudo porque o governo gastou além da conta, ficou sem dinheiro, teve de subir os juros para segurar a inflação e, de quebra, ainda bagunçou toda a política.

Agora as coisas pelo menos pararam de piorar. Só que ainda vai levar um bom tempo até o país deixar a crise para trás de uma vez por todas. Vamos progredir bem aos poucos.

O aumento do emprego, por exemplo, foi na base do trabalho precário. O número de brasileiro­s contratado­s sem carteira assinada cresceu de 10,2 milhões para 10,6 milhões.

Os que trabalham por conta própria (muitas vezes vivendo de bicos) passaram de 22,1 milhões para 22,5 milhões.

Já a turma que está na CLT ficou praticamen­te na mesma, em torno de 33 milhões.

Ou seja, até estão aparecendo novas vagas, mas elas não são grande coisa. Os salários são menores, e os direitos do funcionári­o não são garantidos.

É melhor que nada, claro, mas não muito.

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